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Apr.
06

2018

O teatro na escola: "O Auto da Compadecida"

O nome teatro se origina do grego théatron passando ao latim theatrum, e dele a outras línguas, incluindo o português. Este gênero artístico procura mostrar um certo espaço de exibição em que cenas são apresentadas.

De acordo com Magalhães Júnior (1980), “o teatro é uma manifestação artística presente na cultura de muitos povos e se desenvolveu espontaneamente em diferentes latitudes, ainda que, na maioria dos casos, por imitação”.

Quando o professor desenvolve o teatro na escola, a turma acaba por perder a timidez, e as esferas de conhecimentos cultural e social acabam surgindo. Por meio de um trabalho em grupo, ou por uma simples pesquisa, os alunos conseguem ampliar os seus horizontes. Mesmo sem perceber, todos os dias, ao entrar em sala de aula, o educador e seus alunos tomam emprestados alguns recursos da linguagem teatral, seja lendo uma narrativa de aventura, ou até mesmo um conto em voz alta. Os educandos naturalmente impostam a voz e mudam a entonação marcando os diferentes personagens.

Neste semestre, a turma do 9º ano estudou o teatro como gênero textual e conseguiu reconhecer, identificar e estabelecer relações de sentido que são propostos neste tipo de assunto. Como introduzi este tema em sala? Logo de início perguntei aos alunos se eles conheciam Ariano Suassuna e a peça Auto da Compadecida, grande sucesso transformado em minissérie na TV e, depois em filme. Claro que alguns afirmaram ter visto com os pais, outros desconheceram, mas pude proporcionar em sala alguns momentos primordiais da peça em vídeo para que eles conhecessem, de fato, como tudo aconteceu. Depois, fiz questionamentos sobre o contexto histórico e social vivenciados pelos personagens, realizei comentários individualizando cada personagem, e, em seguida, fiz a proposta de desenvolver o teatro na escola, recebendo afirmações positivas de meus alunos, pois muitos me apoiaram neste trabalho e resolveram ensaiar com o intuito de encenar esta peça.

O texto selecionado é um trecho do primeiro ato da peça: “A morte do cachorro”. Sendo uma das primeiras peripécias da peça, a cena começa quando João Grilo, personagem principal, e Chicó, seu companheiro, arrumam emprego com o padeiro, cuja mulher tem um cachorro que adoeceu. A dona quer que o padre o benza, e os personagens veem aí a possibilidade de ganhar alguns tostões e driblar a exploração exercida pelos patrões, que lhes dão tratamento inferior ao dos animais da casa.

Certamente tivemos momentos prazerosos ao desenvolver este trabalho. Descobrimos o valor real de um teatro de cunho nordestino, onde a leveza e o humor enfrentam a luta constante contra a seca, a fome e a miséria. Os alunos Carlos Emanuel e Davi Marques representaram os personagens protagonistas “João Grilo e Chicó”, os quais só puderam vencer todos os desafios que a vida os pregou, por meio de sua astúcia e inteligência.

Auto da Compadecida – 9º ano

• João Grilo – Carlos Emanuel;
• Chicó – Davi Marques;
• Padre – Davi Lacerda;
• Sacristão – Marcelo;
• Padeiro – Rafael Tominaga;
• Esposa do padeiro – Laís Pereira;
• Narrador – João Vitor Danese;
• Sonoplastia – Suzana;
• Cenário – Guilherme Padilha, Leonor Soares e Letícia Silva.

Luciana Miranda
Professora de Língua Portuguesa - Ensino Fundamental II